Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial em Foco

Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2025

A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2025, elaborada em conjunto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), apresenta atualizações importantes sobre o diagnóstico, tratamento e manejo nutricional da hipertensão arterial (HA). Este documento é fundamental para profissionais da saúde, pois abrange desde o diagnóstico até as metas terapêuticas, contribuindo para a prevenção e controle dessa condição de saúde.

O que é Hipertensão Arterial (HA)?

A hipertensão arterial é uma condição crônica caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial (PA). Para ser classificada como hipertensão, a PA sistólica (PAS) deve ser igual ou superior a 140 mmHg e/ou a PA diastólica (PAD) deve ser igual ou superior a 90 mmHg, medidos em pelo menos duas ocasiões e na ausência de medicação anti-hipertensiva.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial incluem:

  • Genética
  • Envelhecimento
  • Sobrepeso e obesidade
  • Sedentarismo
  • Ingestão elevada de sódio
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool
  • Fatores psicossociais, como estresse e depressão
  • Fatores ambientais, como poluição sonora e do ar

Diagnóstico e Classificação da Hipertensão Arterial

O diagnóstico de hipertensão arterial é estabelecido quando a pressão arterial medida no consultório atinge valores iguais ou superiores a 140 mmHg para PAS e/ou 90 mmHg para PAD em, no mínimo, duas ocasiões diferentes. A hipertensão é classificada em três estágios:

  • Estágio 1: PAS entre 140-159 mmHg e/ou PAD entre 90-99 mmHg
  • Estágio 2: PAS entre 160-179 mmHg e/ou PAD entre 100-109 mmHg
  • Estágio 3: PAS igual ou superior a 180 mmHg e/ou PAD igual ou superior a 110 mmHg

A pré-hipertensão ocorre quando a PAS está entre 120-139 mmHg ou a PAD entre 80-89 mmHg, permitindo intervenções precoces para evitar a progressão para hipertensão.

Avaliação Clínica e Complementar

A avaliação dos pacientes com hipertensão arterial visa identificar não apenas a presença da doença, mas também determinar suas causas, fatores de risco cardiovascular (FRCVs) e lesões em órgãos-alvo (LOA). Os especialistas recomendam a realização de uma anamnese detalhada, incluindo hábitos alimentares, histórico familiar e uso de medicamentos.

O exame físico deve incluir a avaliação do sistema cardiovascular e antropometria para calcular o índice de massa corporal (IMC). Exames complementares, como análises de sangue e urina, também são essenciais para um diagnóstico preciso.

É recomendada a reavaliação anual para monitorar FRCVs e LOA.

Início de Tratamento e Metas Terapêuticas

Para indivíduos com pressão arterial igual ou superior a 120/80 mmHg, recomenda-se a adoção de medidas não farmacológicas (MNM). O tratamento medicamentoso deve ser iniciado após três meses de MNM para aqueles com PA entre 130-139/80-89 mmHg e alto risco cardiovascular. Para pacientes com PA igual ou superior a 140/90 mmHg, a medicação deve ser iniciada imediatamente.

A meta de controle da pressão arterial é inferior a 130/80 mmHg, tanto para pacientes com hipertensão quanto para aqueles em risco. A monitorização ambulatorial ou residencial é recomendada para confirmar o alcance das metas.

Tratamento Nutricional da Hipertensão Arterial

Várias intervenções não medicamentosas são sugeridas para o controle da hipertensão arterial, destacando-se as modificações na dieta. As principais recomendações incluem:

  • Restrição na ingestão de sódio: Limitar o consumo a, no máximo, 2 g de sódio por dia (equivalente a 5 g de sal), priorizando o uso reduzido de sal na preparação dos alimentos.
  • Aumento do consumo de potássio: Ingestão mínima de 3,5 g de potássio ao dia, preferencialmente através de frutas, verduras e legumes, que ajudam na regulação da pressão arterial.
  • Redução no consumo de álcool: O consumo deve ser moderado, visto que a ingestão excessiva está relacionada à elevação da pressão arterial.
  • Adoção de um padrão alimentar saudável: Dietas como a DASH e a dieta mediterrânea são eficazes no controle da pressão arterial, enfatizando a ingestão de alimentos frescos e minimamente processados.

A adesão a essas recomendações é crucial para o sucesso do tratamento e controle a longo prazo da hipertensão arterial.

Para detalhes adicionais sobre epidemiologia, prevenção primária e outras estratégias de tratamento, é recomendável consultar o documento completo da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.

Referências

Brandão et al. Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2025. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).


Nota de Responsabilidade: Os conteúdos apresentados no Saúde Business 365 têm caráter informativo e visam apoiar decisões estratégicas e operacionais no setor da saúde. Não substituem a análise clínica individualizada nem dispensam a consulta com profissionais habilitados. Para decisões médicas, terapêuticas ou de gestão, recomenda-se sempre o acompanhamento de especialistas qualificados e o respeito às normas vigentes.

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