
Outubro Rosa: A Crioablação e a Revolução no Tratamento do Câncer de Mama
O mês de outubro é um período significativo para a mobilização global em prol da conscientização sobre o câncer de mama. O Outubro Rosa não é apenas uma campanha simbólica, mas um chamado urgente à ação para que a sociedade não esqueça que o câncer de mama continua sendo o tipo de câncer mais comum e letal entre as mulheres no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o triênio 2023-2025, são estimados cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama por ano, o que representa uma taxa de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres. Isso significa que, em média, ao longo de três anos, surgem pelo menos 67 novos casos a cada dia.
Em face dessa realidade alarmante, a Radiologia Intervencionista se destaca como uma das áreas mais inovadoras na luta contra o câncer de mama. Essa especialidade médica utiliza exames de imagem para guiar procedimentos minimamente invasivos, atuando em todas as fases do cuidado: desde diagnósticos precisos, com biópsias guiadas por imagem, até tratamentos que oferecem eficácia com um impacto reduzido para as pacientes.
A Ablação como Método de Tratamento
Um dos principais métodos utilizados na Radiologia Intervencionista é a ablação, que inclui técnicas como a crioablação. A ablação é um procedimento que visa destruir o tumor através de diversas formas de energia, como calor, que pode ser gerado por radiofrequência, micro-ondas ou laser. Por outro lado, a crioablação utiliza frio extremo para congelar e eliminar as células tumorais de forma eficaz.
Segundo especialistas, como o médico intervencionista Leonardo Azevedo, a crioablação é considerada uma opção menos dolorosa, com o benefício adicional de permitir que o efeito do procedimento seja visualizado em tempo real através de ultrassom. Além disso, a paciente permanece consciente durante o procedimento, podendo retomar suas atividades diárias logo após a intervenção.
O Cenário da Crioablação no Brasil
No Brasil, a aplicação da crioablação para o tratamento do câncer de mama ainda é incipiente, restrita a centros de referência e grupos de pesquisa. No entanto, essa técnica já é bem estabelecida para o tratamento de outros tipos de tumores, como os de rins, ossos e pulmões. Estudos recentes focados em câncer de mama têm mostrado resultados promissores, com altas taxas de controle tumoral de maneira segura e eficaz. A expectativa entre os especialistas é que, nos próximos anos, o acesso a essa tecnologia se amplie tanto no sistema público quanto privado, beneficiando um número maior de pacientes.
Além de ser aplicada no câncer de mama, a ablação pode ser utilizada no tratamento de metástases ósseas, ajudando não apenas no controle do tumor, mas também na gestão da dor associada.
Prevenção e Conscientização
O câncer de mama é uma doença multifatorial, e embora fatores hereditários possam ter um papel significativo, cerca de 30% dos casos podem ser prevenidos por meio de hábitos saudáveis. Práticas como a realização regular de atividades físicas, uma dieta equilibrada, a manutenção do peso corporal ideal, a redução do consumo de álcool e o incentivo à amamentação são fundamentais, conforme dados do INCA. Leonardo Azevedo destaca que “pequenas mudanças no dia a dia podem reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença”.
Em 2021, foram registradas 18.139 mortes em decorrência do câncer de mama, resultando em uma média de quase 50 mortes por dia. Azevedo ressalta a importância de garantir que todas as mulheres tenham acesso à mamografia e a tratamentos adequados, afirmando que isso é crucial para transformar a realidade do câncer de mama no país.
O Papel do Outubro Rosa
O Outubro Rosa transcende a ideia de uma simples campanha de conscientização. Ele representa um movimento que une profissionais de saúde, entidades médicas, pacientes e a sociedade em geral em prol da vida. Informar, prevenir e diagnosticar precocemente são as armas mais poderosas na luta contra o câncer de mama. Neste Outubro Rosa, a mensagem que se busca enfatizar é que o diagnóstico precoce salva vidas e que os avanços na Radiologia Intervencionista ampliam as chances de um tratamento eficaz, proporcionando uma melhor qualidade de vida para as pacientes.
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