
Estudo Inova Tratamento para Câncer de Pâncreas Não Operável
Pesquisas recentes trazem esperança para pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas não operável. Um estudo norte-americano de fase 3 revelou que a combinação do uso de campos elétricos com quimioterapia pode aumentar a sobrevida global e a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a dor associada à doença. Publicado na revista da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), este trabalho abre novas possibilidades de tratamento para um tipo de câncer que historicamente apresenta taxas de sobrevivência alarmantemente baixas.
Contexto do Câncer de Pâncreas
O câncer de pâncreas é uma das formas mais agressivas de câncer, sendo responsável por apenas 13% de sobrevida em cinco anos após o diagnóstico. O adenocarcinoma, a forma mais comum da doença, representa cerca de 95% dos casos. O diagnóstico precoce é complicado, pois os sintomas costumam aparecer apenas em estágios avançados, incluindo icterícia, fadiga, perda de apetite, perda de peso e dor abdominal e nas costas.
Avanços no Tratamento: Campos Elétricos
O tratamento com campos elétricos, até agora restrito a glioblastomas, agora se mostra promissor para o câncer de pâncreas. A oncologista Ana Carolina Nobre, da Oncologia D’Or, enfatiza que este estudo é extremamente relevante, especialmente por oferecer uma alternativa com menos efeitos colaterais em comparação com outras opções de tratamento.
O estudo PANOVA, que envolveu 571 adultos com adenocarcinoma em 20 países sob a coordenação da Clínica Mayo, analisou a eficácia da terapia. Metade dos pacientes recebeu a aplicação de ondas elétricas, enquanto todos foram submetidos a quimioterapia. Após 12 meses, 68% dos pacientes que receberam a nova terapia estavam vivos, uma taxa superior em 8% em relação ao grupo de controle. Além disso, a sobrevida livre de dor foi significativamente maior, com 15 meses para os pacientes que utilizaram os campos elétricos, em comparação aos nove meses do grupo que não recebeu este tratamento.
Estatísticas e Tendências
No Brasil, o câncer de pâncreas é o 14º mais comum, sem considerar os casos de câncer de pele não melanoma. Para 2025, estima-se que 10.980 novos casos sejam diagnosticados, representando 5% das mortes por câncer no país. Entre 2011 e 2020, a taxa de letalidade dessa neoplasia aumentou em 53,9%, refletindo a urgência de novos tratamentos. Embora o câncer de pâncreas seja mais comum em homens, a incidência entre mulheres tem crescido, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Globalmente, um estudo publicado na revista da Associação Médica Americana prevê que, até 2040, o câncer de pâncreas será o segundo mais letal nos Estados Unidos, apenas atrás do câncer de pulmão. Essa tendência é preocupante e ressalta a necessidade de novas abordagens terapêuticas.
Fatores de Risco e Prevenção
O câncer de pâncreas possui uma origem multifatorial, com fatores de risco que incluem histórico familiar, obesidade, tabagismo, diabetes e alcoolismo. A incidência aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas a partir dos 60 anos. De acordo com a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a taxa de novos casos por 100 mil habitantes é de 10 entre aqueles com 40 a 50 anos, aumentando para 116 entre os 80 e 85 anos.
Embora não haja exames de rastreio eficazes para a detecção precoce do câncer de pâncreas, medidas preventivas podem ser adotadas. Manter um peso saudável, realizar atividades físicas regularmente, seguir uma dieta equilibrada rica em frutas, verduras e proteínas magras, evitar o tabaco, reduzir o consumo de álcool e limitar a ingestão de alimentos ultraprocessados são recomendações essenciais para diminuir o risco de desenvolver a doença.
Considerações Finais
O estudo sobre o uso de campos elétricos no tratamento do câncer de pâncreas não operável representa um avanço significativo na oncologia, oferecendo novas esperanças para pacientes e médicos. A combinação desta terapia inovadora com quimioterapia pode mudar o cenário atual, proporcionando melhores resultados e qualidade de vida para aqueles que enfrentam essa doença desafiadora.
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