
Moinhos de Vento realiza cirurgia inovadora para tratamento de Parkinson à distância
O Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre, marcou um importante avanço na medicina brasileira ao realizar uma cirurgia inédita para o tratamento da doença de Parkinson. Este procedimento, realizado na terça-feira (4), consiste na implantação de um dispositivo que permite ajustar o tratamento remotamente, sem que o paciente precise se deslocar até a instituição de saúde.
O Procedimento Pioneiro
A cirurgia foi realizada em um paciente uruguaio, que continuará a receber acompanhamento médico mesmo em seu país de origem. A inovação trazida pelo hospital é a possibilidade de programar o dispositivo de estimulação cerebral profunda (Deep Brain Stimulation – DBS) por meio de um aplicativo de celular. Isso elimina a necessidade de consultas presenciais frequentes, proporcionando maior conforto e comodidade ao paciente.
A técnica de estimulação cerebral profunda envolve a inserção de eletrodos no cérebro, que ajudam a controlar sintomas motores da doença de Parkinson, como tremores, rigidez e lentidão, principalmente em estágios moderados e avançados. Os eletrodos emitem impulsos elétricos que ajudam a regular a atividade cerebral, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Benefícios da Tecnologia
O dispositivo utilizado no procedimento conta com um gerador recarregável, que pode ser programado à distância por um médico. Isso é um grande passo para a medicina, pois amplia o acesso ao tratamento, especialmente para aqueles que residem longe de centros especializados. O coordenador do Núcleo de Neuromodulação e Distúrbios do Movimento do Hospital Moinhos de Vento, Alexandre Reis, enfatizou a importância dessa tecnologia, destacando que é o primeiro aparelho desse tipo implantado no Brasil.
Reis comentou sobre o impacto positivo que essa inovação pode ter na vida de milhares de brasileiros que convivem com a doença. “A tecnologia representa um avanço importante para milhares de pessoas que convivem com a doença, uma vez que o Parkinson afeta cerca de 200 mil brasileiros e muitos deles vivem longe dos grandes centros. Isso facilita o acompanhamento e garante mais conforto e segurança aos pacientes, sem a necessidade de deslocamentos frequentes”, afirmou.
O Que é a Doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta o movimento. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
- Tremores em repouso;
- Rigidez muscular;
- Lentidão de movimentos;
- Dificuldade em equilibrar-se;
- Alterações na fala e na escrita.
Embora não exista cura para a doença, os tratamentos disponíveis, como a estimulação cerebral profunda, podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Importância do Acompanhamento Médico
O acompanhamento regular por profissionais de saúde é fundamental para o manejo eficaz da doença de Parkinson. Com a tecnologia de monitoramento remoto, os médicos poderão avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes necessários de maneira mais rápida e eficiente.
Além disso, essa abordagem pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse dos pacientes, que muitas vezes enfrentam dificuldades em se deslocar para consultas frequentes, especialmente em casos onde a mobilidade é comprometida.
Considerações Finais
A cirurgia realizada pelo Hospital Moinhos de Vento representa um marco na medicina brasileira, não apenas pelo aspecto inovador do tratamento, mas também pelo seu potencial de transformar a vida de pacientes com Parkinson. A combinação de tecnologia e medicina pode ser uma solução valiosa para muitos brasileiros, proporcionando acesso a tratamentos que antes eram limitados pela distância geográfica.
Com o avanço das tecnologias de saúde, espera-se que cada vez mais pacientes tenham acesso a tratamentos de ponta, que possam melhorar sua qualidade de vida e oferecer uma nova perspectiva no combate à doença de Parkinson.
Nota de Responsabilidade: Os conteúdos apresentados no Saúde Business 365 têm caráter informativo e visam apoiar decisões estratégicas e operacionais no setor da saúde. Não substituem a análise clínica individualizada nem dispensam a consulta com profissionais habilitados. Para decisões médicas, terapêuticas ou de gestão, recomenda-se sempre o acompanhamento de especialistas qualificados e o respeito às normas vigentes.
