Biolab Inaugura Nova Fábrica Bilionária e Expande sua Capacidade Produtiva
A Biolab, uma das líderes do setor farmacêutico brasileiro, está prestes a inaugurar sua maior fábrica, localizada em Pouso Alegre, Minas Gerais, em janeiro de 2026. Com uma área de aproximadamente 80 mil metros quadrados, a nova planta terá uma capacidade de produção superior a 200 milhões de unidades de medicamentos por ano, mais que dobrando a produção atual da empresa.
Após um investimento total que ultrapassa R$ 1 bilhão, a Biolab se prepara para um novo ciclo de crescimento, com a expectativa de faturar R$ 5 bilhões até 2027. Essa expectativa se baseia em uma combinação de lançamentos inovadores e parcerias estratégicas com farmacêuticas internacionais, que já representam 30% do faturamento da companhia.
Desafios Durante a Construção da Fábrica
O projeto da nova fábrica tem uma trajetória de quase nove anos desde seu anúncio inicial em julho de 2017. Inicialmente, o investimento previsto era de R$ 500 milhões e a conclusão da obra estava programada para 2021. No entanto, fatores como a pandemia de Covid-19, a inflação e as exigências regulatórias levaram a Biolab a dobrar esse aporte financeiro.
Fábio Amorosino, CEO da Biolab, destacou que o aumento dos custos dos materiais de construção e equipamentos, além das exigências de adequação às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), FDA e EMA, contribuíram para o atraso na entrega da nova unidade. Atualmente, a planta está na fase final de montagem e operando em um regime de ajustes finos nas linhas de produção.
Expectativas Futuras e Crescimento Planejado
A entrega da nova fábrica é vista como um pilar fundamental para o plano de expansão da Biolab. A empresa, que atualmente fatura R$ 3,2 bilhões, precisa acelerar seu crescimento para atingir a meta de R$ 5 bilhões, o que requer uma taxa de crescimento de pelo menos 25% nos anos de 2026 e 2027.
A Biolab tem demonstrado um crescimento médio de 12% ao ano, mas para alcançar seus objetivos, a empresa está investindo em duas frentes principais: o lançamento de medicamentos inovadores, especialmente na área de cardiologia, e o fortalecimento de parcerias comerciais com farmacêuticas internacionais.
Inovação e Parcerias Comerciais
A cardiologia é uma área estratégica para a Biolab, representando 52% de seus negócios. A empresa está atualmente desenvolvendo cinco novos produtos em áreas como sistema nervoso central, ginecologia e diabetes. Além disso, a Biolab tem se destacado na representação e comercialização de medicamentos de empresas estrangeiras, aproveitando sua força de vendas composta por 1,8 mil representantes que realizam cerca de 320 mil visitas médicas mensais.
Entre as parcerias internacionais mais recentes, destaca-se a colaboração com a empresa britânica George Medicines para a venda do medicamento Widaplik, que combina três princípios ativos no tratamento da hipertensão arterial. A aprovação pelo FDA já foi obtida, e a Biolab aguarda a autorização da Anvisa para iniciar a comercialização no Brasil. O CEO Amorosino acredita que essa fase possa ser concluída até o final do próximo ano.
Concorrência e Expansão do Portfólio
A Biolab também está ampliando sua atuação no mercado de genéricos, que atualmente representam 20% de sua receita. Essa estratégia visa capturar oportunidades após a expiração de patentes de medicamentos de referência. Por exemplo, o medicamento Vonau, que é um dos mais vendidos pela empresa, teve sua patente expirada em 2021, e a Biolab já oferece a versão genérica, neutralizando assim a perda de vendas.
Embora a Biolab enfrente a concorrência de empresas como a Cimed, a relação entre as famílias fundadoras é caracterizada por respeito mútuo e reconhecimento das respectivas áreas de atuação. O mercado é considerado soberano, com espaço para todos os players que operam em segmentos que agregam valor ao consumidor.
Governança e Possível Abertura de Capital
Com a chegada de Fábio Amorosino ao cargo de CEO em outubro de 2024, a Biolab iniciou um processo de modernização em sua governança corporativa. A empresa agora conta com um conselho de administração composto por profissionais do mercado, além de ser liderada por um CEO que não faz parte da família fundadora. Essa mudança visa preparar a Biolab para uma possível abertura de capital, caso o mercado apresente uma janela de oportunidade.
Amorosino enfatiza que a governança atual é essencial para a integração das áreas da empresa e para garantir que os sócios estejam confortáveis com a nova estrutura. O foco continua sendo a geração de valor e o crescimento sustentável da Biolab no competitivo mercado farmacêutico brasileiro.
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