Hospital Alemão Forma Profissionais em Ciência de Dados e IA

Hospital Alemão e a Formação de Profissionais em Ciência de Dados e Inteligência Artificial

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), está contribuindo significativamente para a formação de profissionais na área de ciência de dados e inteligência artificial por meio do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional de Saúde). Essa colaboração resultou em um inovador sistema de monitoramento que tem revelado áreas de maior incidência de leptospirose, uma doença grave que pode ser disseminada em regiões afetadas por enchentes.

Utilização de Dados para Prevenção da Leptospirose

A leptospirose é uma doença transmitida pela urina de animais, especialmente roedores, e se propaga facilmente em áreas inundadas. O novo sistema de monitoramento foi desenvolvido ao cruzar dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) com ferramentas de geolocalização e análise espacial. Essa abordagem permite mapear os casos da doença no estado do Acre, identificando a relação entre a incidência de leptospirose e eventos climáticos, como alagamentos e chuvas intensas.

A metodologia empregada é de baixo custo e utiliza a API do Google Maps para geocodificar endereços dos casos registrados, alcançando uma impressionante acurácia de 99,79%. A integração de dados geográficos e climáticos foi realizada com o uso de ferramentas de geoprocessamento em Python, facilitando a análise e a visualização dos dados.

Impacts of the Methodology on Public Health

Além de sua eficácia, a metodologia desenvolvida pode ser replicada em outros contextos, proporcionando ao poder público a capacidade de melhorar o monitoramento da leptospirose e planejar ações preventivas fundamentadas em evidências. Essa abordagem também pode ser aplicada a outras doenças de notificação obrigatória, fortalecendo a vigilância em saúde em todo o Brasil.

Outras Iniciativas e Projetos Inovadores

Entre os projetos realizados pelos alunos do Curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, destaca-se o “Relatório do PARA — otimização, elaboração e publicação”, que visa agilidade na identificação de resíduos de agrotóxicos em alimentos pela Anvisa. Em vez do uso de planilhas manuais no Excel, foram implementados scripts simples em SQL e Python para ler, padronizar e tratar dados de diferentes fontes, como SISGAP e POF/IBGE, além de monografias de agrotóxicos e referências toxicológicas.

Esse sistema possibilita verificar se os resultados estão em conformidade com as normas vigentes, calcular o risco dietético (tanto agudo quanto crônico) e apresentar todos os dados em painéis interativos no Power BI. Além disso, o sistema realiza checagens automáticas para identificar problemas, como dados ausentes, resultados fora do padrão ou falhas em laudos laboratoriais, tornando o trabalho mais eficiente e transparente.

O Curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial

As iniciativas mencionadas são apenas dois dos 32 trabalhos desenvolvidos pelos alunos do Curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, oferecido em parceria com a Anvisa, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Ministério da Saúde. Esses trabalhos foram apresentados durante o I Seminário de Ciência de Dados e Inteligência Artificial no SUS, que ocorreu entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro na sede da Anvisa em Brasília.

O curso, que possui um formato híbrido e totaliza 400 horas de formação, é completamente gratuito e destinado a servidores públicos de instituições de saúde. As aulas são ministradas online, complementadas por imersões, como bootcamps, onde os alunos têm a oportunidade de desenvolver soluções inovadoras aplicáveis ao SUS, focando em análises de dados, dashboards e inteligência artificial.

Cerimônia de Abertura do Seminário

A cerimônia de abertura do seminário contou com a presença de importantes autoridades, como Leandro Safatle, Diretor Presidente da Anvisa, Ana Estela Haddad, Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, e Wilma Madeira, Gerente de Projetos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O evento também marcou a formatura de duas turmas e a abertura de dois novos grupos de alunos, reforçando o compromisso com a educação e a capacitação na área de saúde.

A colaboração entre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a Anvisa e o Ministério da Saúde não apenas contribui para a formação de profissionais qualificados, mas também proporciona ferramentas essenciais para melhorar a saúde pública no Brasil, utilizando ciência de dados e inteligência artificial para enfrentar desafios críticos na área da saúde.


Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

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