90% dos Derrames São Preveníveis Alerta da Organização Mundial do AVC

Organização Mundial do AVC alerta que 90% dos derrames são preveníveis

De acordo com a Organização Mundial do AVC, uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos enfrentará a possibilidade de um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, ao longo da vida. O mais alarmante é que 90% desses casos podem ser evitados através do controle de alguns fatores de risco, tais como hipertensão arterial, tabagismo, hábitos alimentares inadequados e a falta de atividade física. Essa informação ressalta a importância da prevenção e do cuidado com a saúde.

A entidade enfatiza que o AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo, podendo afetar qualquer pessoa, independentemente da idade. O impacto do AVC não se limita apenas ao paciente, mas também afeta familiares, amigos, ambientes de trabalho e comunidades em geral. Estima-se que, neste ano, mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo sofrerão um AVC, resultando em cerca de 6,5 milhões de mortes. Além disso, mais de 110 milhões de pessoas vivem com as consequências de um AVC.

A incidência do AVC aumenta significativamente com a idade, com mais de 60% dos casos ocorrendo em pessoas com menos de 70 anos e 16% em indivíduos com menos de 50 anos. A Organização Mundial do AVC alerta que mais da metade dos pacientes que sofrem um derrame podem vir a falecer em decorrência da condição. Para aqueles que sobrevivem, as consequências podem ser devastadoras, afetando a mobilidade, a capacidade de se alimentar, a fala, as emoções e o raciocínio. Essas necessidades complexas frequentemente resultam em desafios financeiros e de cuidados tanto para o paciente quanto para seus cuidadores.

Compreendendo o AVC

O neurologista Marco Túlio Araújo Pedatella, coordenador do serviço de AVC do Hospital Albert Einstein em Goiânia, explica que o AVC ocorre quando há obstrução no fluxo sanguíneo para o cérebro. Existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico, que é causado pela obstrução de vasos sanguíneos, e o hemorrágico, que ocorre quando há ruptura de vasos. Em ambas as situações, células cerebrais podem ser lesionadas ou morrer.

Os principais fatores de risco para o AVC incluem pressão alta, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, uso de tabaco e consumo excessivo de álcool. Outros fatores, como a idade avançada, o sexo masculino, a etnia (pessoas de raça negra e orientais) e o histórico familiar, também são relevantes, embora não possam ser alterados.

Casos em jovens

Embora o AVC seja mais comum entre a população acima de 60 anos, os relatos de casos entre jovens têm se tornado cada vez mais frequentes. Pedatella destaca que quando um jovem é acometido por um AVC, as consequências podem ser significativas, pois a condição pode resultar em incapacidades severas, dependendo da área e da extensão da lesão cerebral. Isso pode levar a longos períodos de reabilitação, afetando não apenas a vida do paciente, mas também a situação financeira da família.

Em muitos casos, o paciente pode necessitar de ajuda para realizar atividades cotidianas, o que pode forçar um familiar a interromper sua vida profissional para prestar assistência, aumentando assim os custos de cuidados e criando um impacto em toda a rede de suporte social.

Infelizmente, atualmente não existe um medicamento que possa curar as lesões causadas pelo AVC. Embora a reabilitação possa levar a melhorias no estado do paciente, as sequelas podem ser permanentes, variando de acordo com a gravidade da lesão.

Reconhecendo os sinais de um AVC

Identificar os sinais de um AVC e buscar atendimento médico rapidamente pode salvar vidas e aumentar as chances de recuperação. O AVC geralmente se manifesta de forma súbita e repentina.

Os sinais incluem perda de força ou sensibilidade em um ou ambos os lados do corpo, perda de visão em um ou ambos os olhos, visão dupla, desequilíbrio ou falta de coordenação motora, vertigem intensa, dificuldades na fala, como dificuldade para articular palavras ou compreender a fala, além de dores de cabeça intensas e diferentes das habituais.

É crucial que, ao notar qualquer um desses sinais, a pessoa entre em contato com um serviço de emergência para que o paciente possa ser avaliado por um médico e afastar a possibilidade de um AVC. O tratamento é mais eficaz quando iniciado rapidamente, especialmente no caso do AVC isquêmico, onde a janela de tratamento medicamentoso é de até quatro horas e meia e até seis horas para procedimentos endovasculares.


Nota de Responsabilidade: Os conteúdos apresentados no Saúde Business 365 têm caráter informativo e visam apoiar decisões estratégicas e operacionais no setor da saúde. Não substituem a análise clínica individualizada nem dispensam a consulta com profissionais habilitados. Para decisões médicas, terapêuticas ou de gestão, recomenda-se sempre o acompanhamento de especialistas qualificados e o respeito às normas vigentes.

Rolar para cima